Repleto de uma linguagem perene e indizível.
Selvagem, nunca míngua à própria sorte.
Ao contrário, cresce numinoso e forte.
Quem pode conhecer palavra que exprima
A força que movimenta suas engrenagens?
Para dizê-la menos esfinge e mais rima,
Talvez que o amor esconda sua linhagem
No âmago da poesia. E que por isso,
Toda ferida que do peito se origina
Conserve da dor a sua porção que ilumina.
Quem é que pode domar o próprio coração?
E no entanto, quantos são os que subjugam
Seus corações às esmolas de caprichos vãos?
Imagem: Romana Grünfelder.